Com o propósito de ajustar e consolidar todos os detalhes da edição nacional da XXIV Olimpíadas Especiais das Apaes e, assim, propiciar um momento único aos atletas do movimento apaeano, coordenadores estaduais de Educação Física, Desporto e Lazer estiveram em Brasília (DF) na quinta-feira (27) e sexta-feira (28) para participar do congresso técnico do evento, que, entre os diversos assuntos, teve por objetivo fazer uma análise das instalações dos possíveis locais que devem receber as atividades e atualizar os regulamentos geral e técnico.

Participaram do encontro o presidente da Federação Nacional das Apaes (Fenapaes), prof. Jarbas Feldner de Barros; a diretora pedagógica da Apae do Distrito Federal, Glória Leite, representando a presidente da instituição local, Maria Helena Alcântara; a senadora Damares Alves; o secretário nacional de Paradesporto, Fabio Araujo; o coordenador de Educação Física, Desporto e Lazer da Fenapaes e do Estado de São Paulo, Roberto Soares; membros da equipe técnica da Fenapaes, a exemplo de João Batista, José Marcos e Erivaldo Neto, respectivamente, gerentes Administrativo Financeiro, Institucional e de Mobilização de Parcerias Estratégicas e diretor-geral da Faculdade Apae Brasil – Dr. Eduardo Barbosa; e 23 coordenadores estaduais: Rakel Thompson (AC), Jamilly Pimentel (AL), Paulo Ferreira (AM), Bruno Melo (BA), Cleonilton Mulato (CE), Andrea Raulino (DF), Danillo Silva (GO), Leandro Barros (MA), Evandro Kommers (MT), Rafael Arnaldo (MS), Mary Lucy (MG), Jesse Asser (PA), Ana Carolina Rêgo (PB), Edson Alencar (PE), Leila Mesquita (PI), Rosane Paidosz (PR), Alber Gomes (RJ), Manassés Araújo (RN), Paulo Antoni (RS), Eliany Lage (RO), Lucas Erthal e Fabrício Mattos (SC), Denis Santos (SE) e Edilson Silva (TO).

Estatutário e realizado a cada três anos, desde 1973, o evento deste ano ocorrerá entre os dias 8 e 13 de dezembro, em Brasília, com a participação de 24 delegações, sendo mais de 1,7 mil pessoas, entre atletas, técnicos e acompanhantes. No total, serão dez modalidades, sendo cinco individuais (atletismo, natação, tênis de mesa, ginastica rítmica e bocha paralímpica) e cinco coletivas (futsal, basquete, handebol, futebol society e capoeira). Entre as novidades da edição, destaca-se a caminhada das famílias, aberta ao público, que tem por propósito integrar ainda mais os participantes ao evento.

Durante o congresso técnico, os coordenadores verificaram a estrutura dos possíveis locais que devem receber as atividades da XXIV Olimpíadas: Universidade de Brasília (UnB), Pavilhão de Exposições, Parque da Cidade, Comando Militar do Planalto (CMP), Clube do Exército e o Centro Integrado de Educação Física (Cief). Já na pauta de temas discutidos, estiveram, por exemplo, o Calendário Nacional de Atividades Esportivas 2025, a proposta de estruturação das Olimpíadas, os regulamentos geral e técnico e os prazos para a realização das inscrições.

Transversalidade de atividades

Em seu discurso na solenidade de abertura do encontro, o prof. Jarbas Feldner enfatizou que as Olimpíadas Especiais das Apaes fazem parte de uma proposta mais ampla, que busca integrar o esporte e a arte como ferramentas para a melhor qualidade de vida das pessoas com deficiência.

“Há uma transversalidade nessas duas atividades, que são essenciais no processo de habilitação, recuperação, inserção social, demonstração de habilidade dessas pessoas”, frisou o presidente, que declarou ainda que ambas devem ser permanentes em todas as Apaes. “Que em cada Apae, lá no canto mais longe do seu Estado, as atividades esportivas e artísticas sejam desenvolvidas e praticadas”, acrescentou.

O líder apaeano também salientou que o trabalho desenvolvido pela atual diretoria executiva da Fenapaes tem a pessoa com deficiência e sua família como centro das ações, e pontuou que a missão da Rede Apae vai além da inclusão por meio das leis.

“A gente vem com essa proposta, de quem somos e o que fazemos, justamente para mostrar a nossa cara. E a nossa cara começa no momento em que começamos a dar espaço e oportunidade para a pessoa com deficiência e sua família se demonstrar como pessoa, como membro da sociedade. A defesa de direitos não é só a defesa de leis, não é só a defesa de conquistas sociais, é, sobretudo, o direito de dar a ela, defender a ela o direito de ser parte. Estar parte, fazer parte, estar inserida”, afirmou.

Oportunidade de estar

Já Roberto Soares realçou o empenho dos profissionais na preparação das Olimpíadas, classificando como vital, além da importância do espaço oferecido para os atletas e o impacto positivo do evento na vida dos participantes. Segundo o coordenador, a avaliação das estruturas que serão oferecidas é fundamental para a motivação que as atividades esportivas sejam desenvolvidas cada vez mais pelas Apaes.

“Nós sabemos da quantidade que nós vamos estar trazendo para as Olimpíadas, que muitas das vezes muitos atletas não vão ter essa experiência, mas eles têm a oportunidade de sonhar de estar. E nós precisamos oferecer sempre o melhor produto para que eles continuem sonhando. Nós dependemos muito do trabalho dos senhores e das senhoras dentro dos seus estados na liderança que vocês já têm”, destacou.

Recados

Ao salientar a relevância das Olimpíadas Especiais das Apaes, Fabio Araujo disse que a Fenapaes tem se esforçado para “mostrar a verdadeira cara do movimento apaeano”, que faz um trabalho essencial em prol da sociedade e das pessoas com deficiência e suas famílias.

“O esporte dentro do movimento apaeano é muito importante. E podem contar com a Secretaria [Nacional de Paradesporto] para fazer das Olimpíadas um evento grandioso, que a gente possa mostrar a cara da Apae para o Brasil inteiro”, declarou.

A senadora Damares Alves enfatizou o impacto da competição para o país. “Vamos fazer da nossa Olimpíada mais do que um ato lindo, mas um recado para o Brasil. Acho que a gente vai ter uma oportunidade incrível de mandar recados para o Brasil durante esse evento. Mas recados duros, se for preciso; recados sérios, se for preciso. E eu fico à disposição de vocês”, afirmou.

A parlamentar aproveitou também para reforçar a relevância de chamar a atenção de políticos para se engajarem com a pauta da inclusão, ressaltando que as coordenações estaduais têm um papel fundamental nesse processo. “É essencial envolver deputados, senadores e outras autoridades, a fim de que se sintam parte dessa causa, criando uma rede que ajude a fortalecer a inclusão no país”, concluiu.