O Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnóstico da Apae Campo Grande (IPED/Apae), em parceria com a Faculdade Anhanguera, iniciou, na terça-feira (26), o Projeto Realidade Virtual para pacientes diagnosticados com a Fibrose Cística. O projeto está sendo realizado com seis pacientes devidamente avaliados e acompanhados pela Fisioterapeuta Valine Zucchi, do IPED/Apae, pela Fisioterapeuta e Professora Titular da Faculdade Anhanguera, Lillian Assunção, e por estagiárias da faculdade.

A Realidade Virtual exige maior engajamento do paciente, por ter atividades terapêuticas mais interativas, prazerosas e divertidas. O objetivo é proporcionar o estímulo do paciente, principalmente com exercícios aeróbicos e o fortalecimento muscular, otimizando também a função pulmonar de uma forma lúdica.

Por ser uma doença crônica, o paciente diagnosticado com a Fibrose Cística necessita da fisioterapia ao longo da vida para a manutenção da função pulmonar. Alguns pacientes acabam não se dedicando e, muitas vezes, não realizam o tratamento fisioterapêutico de forma correta. Com a Realidade Virtual, cada dia é um novo jogo, uma nova aventura e, o melhor, podemos evoluir os níveis dos jogos conforme a resistência aeróbica e muscular que o paciente conquista, relatou a Fisioterapeuta Lillian Assunção.

Para participar do projeto Realidade Virtual no IPED/Apae, com jogos específicos para fisioterapia, o paciente é avaliado com o exame de espirometria e teste de caminhada de 6 minutos, para avaliação da capacidade respiratória.

De acordo com a Fisioterapeuta Valine Zucchi, de início serão realizadas dez sessões do Projeto Realidade Virtual para os pacientes. O acompanhamento será feito duas vezes na semana, com duração de quarenta e cinco minutos a uma hora. O paciente iniciará com a fisioterapia respiratória e, em seguida, fará a sessão de Realidade Virtual. Quando finalizarmos todas as sessões, avaliaremos novamente com o exame de espirometria e teste de caminhada, para assim quantificarmos os resultados, com o progresso de cada paciente, explicou.

O IPED/Apae é o responsável pelo ambulatório especializado da Fibrose Cística no Estado de Mato Grosso do Sul, com uma equipe multidisciplinar que inclui pneumologista adulto e pediátrico, gastroenterologista pediátrico, geneticista, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, farmacêutico e assistente social.

Hoje, o IPED/Apae atende 43 pacientes diagnosticados com a doença, sendo 34 na pediatria e 9 adultos.

A Fibrose Cística ou Mucoviscidose é uma doença genética de caráter autossômico recessivo, crônica e progressiva, que atinge vários órgãos e sistemas do organismo. Ela é mais comum em caucasianos e atinge igualmente ambos os sexos. O paciente com essa doença apresenta secreções mucosas espessas e viscosas, obstruindo os ductos das glândulas exócrinas, o que contribui para o aparecimento de características básicas: doença pulmonar obstrutiva crônica, níveis elevados de eletrólitos no suor, insuficiência pancreática com má digestão, má absorção e consequente desnutrição secundária.

A triagem neonatal, feita no IPED/Apae, identifica um grupo de crianças com probabilidade de apresentar a doença, mas o diagnóstico tem que ser confirmado pelo teste do suor. Indolor e rápido, esse teste consiste na aplicação de uma dosagem quantitativa de cloreto na amostra de suor coletada para que seja confirmado o diagnóstico laboratorial da doença.